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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Garoto Morreu?

Confortável nas minhas decisões, esse final de semana fui assombrado pelas perguntas de conhecidos que sempre me veem com alguém, mas nunca namorando.
Talvez o excessivo questionamento nos ultimos dias, quase um levante conluiado entre amigos e conhecidos em coro, fez com que reaparecesse o porão onde deixei meus sentimentos.
Após uma operação bem sucedida, consegui remover a parte deles que se referem aos relacionamentos amorosos e guardados numa caixa foram esquecidos lá.
Essa é a palavra: esquecidos.
Quando se esquece, não se sofre, afinal o esquecimento é involuntário e natural.... pela perda de importância?
Porém esse levante, aliado a um feriado solitário em casa me fez questionar a austeridade dessas decisões.
Fui acusado recentemente de criar barreiras aos 'candidatos' e de desqualificá-los para facilitar e justificar minha recusa aos relacionamentos.
Recentemente um deles começou a me telefonar cobrando-me ocultamente, invadiu minha rotina e me intimidou delicadamente com o presunçoso dado de uma semana de conhecimento. Fugi dele, um ansioso desses que disse outro dia.
Como já afirmei a vocês eu não possuo fantasmas do passado e esse processo que a minha mente executa é confortabilíssimo, não nego.
É bacana viver grandes emoções mas elas trazem, por uma razão óbvia, riscos e o conforto da liberdade individual é grande, estável e tentador, na perspectiva de um economista: nada mais parcimonial.
Aliado ao grande volume de obrigações atual, essa situação além de comoda é racionalmente apropriada.
Atualmente não amo - carnalmente - ninguém hoje, porém essa lisura sentimental é classificada por muitos como um vazio. E inconsequentemente eu assimilei essa idéia e caí em profundo pensamento sobre isso e todos sabem que carência, feriado solitário e vodka são um convite à depressão.
Não durou muito, porque hoje dura-se muito pouco esses momentos, mas ficou no ar uma pergunta: quanto do garoto que existia ainda há em mim?
Será que essa racionalidade pode eliminar a doçura que ele possuía?
Será que isso pode apenas conduzi-lo ao mundo do material e fazer perder-se de seus sonhos?
Não mereceria um descanso esse coração que cansou dar chances ao amor? Não seria um direito dele?
Será que esse garoto morreu?
Enquanto faço essas perguntas, questiono se isso é apenas uma impressão da pressão social contra a minha condição de preferencialmente solteiro ou se é um questionamento legítimo de alguém prestes a enterrar seus sonhos de menino.

9 comentários:

  1. Sempre que você defende sua visão sobre relacionamentos, me passa segurança e um bem-estar, por isso que acho que isso que você escreveu é fruto dessa pressão social, cheia de ditames que sempre ficam mais fortes quando a maré é contrária: se estamos solteiros, PRECISAMOS namorar; se namoramos, PRECISAMOS ficar solteiro.

    Resumo: vai passa, siga o que você pensa. Bjo

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  2. Claro que companhia faz bem. Mas a pressão da sociedade, não! Mania de acharem que sabem o que é melhor pra outrem. Desencana. E viva seu momento, com muito bacon.

    Beijo!

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  3. Tem MUITA pressão sobre os solteiros! Aquele mito babaca de que SÓ se pode ser feliz com alguém. Acho que, quando "é pra ser acontece" e vc abre a guarda naturalmente.. pelo menos comigo é assim.. eu que era outro soolteiro apontado por aí na rua. Bj

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  4. Morrer não! talvez esteja em agonia! será q é assim mesmo q vc quer? enfim ...

    ;-)

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  5. O menino e o homem residem no mesmo corpo e na mesma alma, talvez em alguns momentos briguem e se desentendam, mas outras horas fazem as pazes, dão as mãos e ensaiam uma dança solitária, única, só deles. O importante mesmo é sentir-se feliz com algúem ou sem este alguém. Muitos vivem em prisões e insistem em aprisionar os livres por opção...rs. Linda semana querido e apareça mais no Lua, a Léia tá bombando...rs. Abraços.

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  6. eu comecei a ler despretensiosamente.

    no fim, eu chorei. sério, eu tô chorando nesse momento.

    esse feriado tb foi de reflexão pra mim. me perguntando pq eu decidi simplesmente não me divertir, não sair, me fechar em casa e deixar minha vida passar em branco...

    na verdade eu devia ter me feito outras perguntas. a q encabeça a lista é justamente "e aquele garoto?"

    acho q te entendendo

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  7. Nós escolhemos esquecer. Isso não é sofrer. Isso é ser racional. É altruísmo, abrir mão de algo nosso em prol de dar uma chance de outrem não perder tempo conosco.

    Eu gosto de pensar assim. Me faz sentir menos culpado pela minha incompetência.

    Um Beijo SAM!

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  8. Eu acho que não tenho muito mais a acrescentar ao assunto
    Exceto que tenho certeza de que o garoto vive.

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  9. Querido Sam! Ando sumido daqui. Na verdade, ando sumido até do meu blog. rs. Mas não posso deixar de comentar neste post. Confesso a você que estou ás voltas com pensamentos parecidos com o seu. Alguém extremamente sentimental, esse sou eu. Mas meu sentimentalismo, esse ser que vive ouvindo o que o coração diz está me MATANDO. Preciso de um pouco de racionalismo, e penso em tomar a mesma atitude que você: solteiro por opção. Fechar as portas, esquecer, colocar as últimas experiências vividas numa caixinha e enterrar, deixar guardadinha por tempo indeterminado. Mas, como diz uma cantora baiana: Sou ariano torto, vivo de amor profundo. Será que eu conseguirei alcançar essa racionalidade? Não sei. Mas o admiro por ter conseguido e como eu queria chegar a este patamar. Abraço, querido.

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