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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Britney Spears, Fanatismo e a Nova Intolerância


Um fenômeno recente que a sociedade vive, é o de descrença nas instituições públicas, sejam elas a Igreja, o Estado, a Justiça. Nossos jovens de hoje, não são como os jovens dos anos 80 que lotavam praças em busca de direitos que a ditadura vigente cerceava. Hoje, uma sociedade conectada através da globalização, de alguma forma ou de outra ocuparam nossa vida com as inventabilidades tecnológicas e o mundo pop acompanhou muito bem essa tandência.
As grandes estrelas do pop souberam fazer o uso do show business a seu favor e Madonna, não conseguiu o status de rainha do pop a toa: o uso da imagem, dos clipes e das superproduções povoam nossas mentes e os gays se tornaram os grandes apreciadores dessa nova cultura de consumo, como de outras muitas culturas de consumo, imagem e status que seduzem os gays de uma maneira avassaladora.
Esse mundo carente de ídolos faz com que essa necessidade de crença que o ser humano possui seja canalizada para algum lugar e muitos de nós, a fizeram da maneira mais supérflua possível: o mundo pop.
Na esteira de Madonna, Britney Spears surgiu como a nova promessa do pop na década passada com sons rebolativos, sem a mesma politização que a 'rainha' possuia, já que o contexto era de um mundo mais democrático e a necessidade de vendas de discos passava por cima do talento.
Os anos passaram e mesmo a fórmula pronta de Spears, foi ficando de lado com o surgimento de estrelas como Beyoncé, Amy Winehouse, Shakira... que volta e meia bebiam da mescla criada por Madonna nos anos 80/90 mas com outros ritmos (R&B, latin, soul) ou roupagens, viraram ícones e se tornaram mais populares.
O final dos anos 00 vivia um marasmo de criações, e nessa brecha a evidência foi o surgimento de uma cantora que misturava fashionismo, letras incandescentes, certa politização em torno dos gays e uma mistura requentada de Madonna com alguns outros ingredientes, tava aí a Lady Gaga.
Desde quando Gaga tomou o cenário internacional do pop a seu favor, a especulação do seu estrelato é grande e Britney, saída de anos de polêmicas, problemas na vida particular, performaces alimentadas por play-back pela voz que deixou de ter e aparente cansaço, tentou dar a volta por cima, mas encontrou um cenário diferente da sua saída: concorrência extrema.
Por isso, hoje há uma certa briga Gaga x Britney que alimentada pelos fãs das duas cantoras, dão um show de ignorância e intolerância para quem ouse falar mal de uma das duas, principalmente nas redes sociais.
Os vexames passados por Whinehouse anos atrás, não possuíam essa característica por ser uma estrela soul e por que muitos de seus fãs já eram adultos. Já as duas, tem um forte público adolescente que, emergido do final dos anos 2000, cercado pela tecnologia e por uma sociedade que exige absorção de conteúdo sem questionamento e reflexão, se vê idolatrando cantoras com conteúdo musical duvidoso e nutrindo uma intolerância com suas opniões que são apenas um dos reflexos dessa nova geração.
Os acalorados discursos entre as duas cantoras já gerou brigas transmitidas pela internet e em certos blogs gays virou um radicalismo exacerbado.
Jovens, oriundos de uma épóca em que se debate mais sobre a nova música de fulana de tal e se sabe pouco ou quase nada sobre seus próprios direitos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Amor e Outras coisas que chamamos disso.

Quando era solteiro, lembro que costumava surgir casais por todos os lados. É bonito ver quando um pula o muro de casa pra dormir abraçadinho na casa do outro, quando via algum eles fazendo pequenas exigências ao outro, algo do tipo: "essa cueca você só pode usar na minha presença!" , ou quando se briga pelo filme que vão ver naquele final de semana no cinema.

Antes, achava que se namorava porque se gostava, porque se dividia sentimentos. Aprendi que se partilha histórias: Quem namora – de verdade, não quando esse termo é tratado como uma hipérbole - pretende dividir a vida, deixar na mão do outro aquilo que a gente chama de "convivência amorosa", que no fundo teimosamente chamamos de "felicidade" e eu chamo de ‘cumplicidade’. Quando alcançamos a cumplicidade com alguém, já o amamos. Nunca vi amor – de verdade – sem esse ingrediente.

A cumplicidade, segundo uma conhecida era definida assim: “(ela) é representada por aquele olhar, aquele gesto, aquele sorriso, que somente o casal sabe reconhecer e que mostra a confiança que existe entre ambos”.

Quando namoramos, a intenção é ‘ter aquela pessoa pra gente’, o que a sociedade chama de ‘casar’, então, conhecemos melhor a pessoa no namoro. Como quando a gente namora alguma coisa na vitrine, experimenta, namora na frente do espelho e decide se vai comprar ou não.

A parte boa é fácil, tiramos de letra. É muito bom amar e ser amado quando as coisas vão bem. Porém, sabemos que a vida é cheia de incertezas e não é perfeita pra sempre, que a gente erra e precisa se acertar e que, naturalmente, o outro erra e a gente tem que saber reagir.

Saber lidar com o amor, com compromisso, nunca foi fácil pra ninguém. Algumas vezes a gente cai, e é nesse ponto que devemos ter cuidado e observar: O que determina alguém não é o sucesso, ou a queda, mas com que maneira lidará com essas duas coisas. Principalmente na queda.

Aquela paixão – arrebatadora - um dia acaba, então só fica o amor, o compromisso e a convivência. O par perfeito, não se esconderá sob belos traços, menos ainda numa perfeição inatingível: você o encontrará na forma como ele lida quando erra, no valor que ele dá aos seus sentimentos.

Sua felicidade estará determinada na forma em que será tratado quando errar e qual será a reação dele quando você dizer que errou e pedir desculpas. Quando ele errar com você, se vai baixar e te ajudar juntar os pedaços, ou ficar de pé de braços cruzados, se vai te pegar no colo e enxugar suas lágrimas, chorando por ter te feito chorar, ou simplesmente observar de longe, se vai reconhecer o erro e pedir desculpas, ou simplesmente justificar e argumentar com qualquer premissa de qualquer assunto.

É bom observar estes detalhes, são coisas que vão te acompanhar e se repetir muitas vezes.

O verdadeiro amor se manifesta quando menos merecemos ser amados. E o melhor de tudo é que em situações como essas não somos agredidos e nem julgados. Afinal, quando amamos – de verdade - fazemos tudo querendo acertar.

Pergunte-se: qual importância você tem? Se ele fosse embora ou esfriasse, você o conquistaria? Será que se ele te perdesse, ele sentiria falta e tentaria te conquistar? Com o tempo você descobre até que ponto ele pode ir, então descubra, até que ponto ele vai até você 100, 50, 20% Nada? Mas antes, descubra até que ponto você iria por ele 20, 50 100%?

É na tempestade que você descobre se seu barco vai agüentar águas profundas de uma vida inteira, ou se vai afundar sem mal ter saído da margem...

Até que ponto você pode aceitar? Até que ponto ele te aceita?. Até onde você perdoa? Até que ponto ele te perdoa? Quantas chances você pode oferecer? Quantas chances ele te dá?.

Se para as perguntas a cima você disse "todas". Segure com as duas mãos e não solte mais.



***Adaptação livre de texto de um amigo. Clique aqui.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Gente Diferenciada, Nordestinos e Jair (Bolsonara)


Semana passada foi a semana do preconceito nas redes sociais: Jair Bolsonaro, do alto da sua ignorância retumbante, afirmara que a cartilha de combate a homofobia teria o incrível poder de transformar as crianças do país em gays. Ofendeu a senadora Marinor Brito após a tentativa de votação da PL122 chamando-a de heterofóbica como aquela pessoa cínica que quando você mostra o que fez diz que a culpa, era sua.
Foi a semana da frase infame da internauta Amanda Régis que decepcionada com a desclassificação do Flamengo para o Ceará escreveu ofensas contra os nordestinos no Twitter: ("pardos, bugres, índios acham que tem moral, cambada de feios") como ela mesma desginou.
Foi a semana em que os moradores do bairro abastado de Higienópolis, se uniram para retirar uma estação de metrô do seu bairro (não leitores, não é piada) cujo ato foi personificado nas mediocres palavras da psicóloga Guiomar Ferreira - isso mesmo: psicóloga - afirmou que a estação traria 'gente diferenciada' para o bairro como drogados, mendigos e, enfim, faltou acrescentar: pobres de todo o gênero. Posteriormente a mesma negou.
Foi a semana em que Rafinha Bastos, dito uma das pessoas mais influentes do twitter segundo NYT disse que "toda mulher que se diz vítima de estupro é feia". O estuprador, então, 'não merece pena, mas um abraço', se desculpou após a repercussão negativa da sua fala, e seu coléga de emissora, Danilo Gentili publicou no mesmo twitter uma piada infame sobre o Holocausto, para justificar uma imaginária aversão de judeus a vagões, sem compreender o que havia de preconceito de classe no repúdio ao Metrô em Higienópolis, e não outra coisa.
São situações que foram expostas devido a visibilidade dada pelo repúdio em massa da população a certas idéias segregadoras.
O churrascão de higienópolis - que surgiu como protesto no Facebook - que reuniu quase mil pessoas rasgando carne, comendo farofas em marmitas na frente do luxuoso shopping center foi certamente uma das manifestações mais inteligentes que vi e testemunhei, sem líderes, organizada de forma pacífica e bem humorada.
A repercussão contra as atitudes de Bolsonaro também são efeito dessa indignação que deve ser manifestada.
Talvez seja o início de uma mudança, como apontou em opniões magnifícas em unanimidade, os juízes do STF quando reconheceram a 'união estável homoafetiva' como um direito que já deveria ter sido dado a tempos.
E ainda ouviremos gente como os Malafaias e Bolsonaros falarem absurdos - o primeiro essa semana afirmou que 'demos uma colher de chá pra voces, aprovamos a união civil' em seu programa de tv, como se os juízes do STF estivessem sob a ordem dele (acho que ele esqueceu das hastags #chupamalafaia e #todoscrentechora que naquele dia foram 2° e 3° nos TT) - , mas são vozes que serão cada vez mais solitárias se as pessoas de bem manifestarem seu repúdio a elas.

Vale para leitura essa carta publicada no JB semana passada que está no link permanente sob a imagem 'bolsonaro não' e artigo publicado no Terra Magazine tratando do assunto.

E para quem quer se divertir seguem dois perfis de twitter: a @bolsonara que nada mais é que o Bolsonaro travesthy e o @pastorsalafraia seu respectivo esposo que é o macho da relação. Ambos são blogayros que vocês conhecem. rá!
Divirtam-se.

domingo, 15 de maio de 2011

O Beijo


Atire a primeira pedra quem nunca dispensou alguém por um beijo. E quem nunca se apaixonou por alguém por causa de um.
Roubado ou não, um bom beijo é sempre marcante.

Explico: O beijo, queiramos ou não é a grande porta de entrada para o outro e a nossa carta de apresentação, nossa vitrine quando conhecemos alguém com segundas intenções.

Surgiu na Suméria (região da antiga Mesopotâmia, hoje Ásia), as pessoas costumavam enviar beijos para os céus, endereçados aos deuses. Na Antigüidade, o beijo materno, de mãe para filho, era bem comum. Entre gregos e romanos, era observado entre todos os membros de uma família e entre amigos bastante íntimos ou entre guerreiros no retorno de um combate, muitas vezes, com conotação erótica. Os gregos, aliás, adoravam beijar. No entanto foram os romanos que o difundiram. Para explanar sobre o beijo, o latim tem três palavras distintas: osculum, beijo na face; basium, beijo na boca; e saevium, beijo leve e com ternura. Beijo na boca, entre cidadãos da mesma classe social, era uma saudação praticada pelos persas. Heródoto, no século 5 a.C., listou todos os tipos de beijos e seus significados entre persas e árabes.
Larrousse

Obvio, são vários os fatores que caracterizam um bom beijo.

O sabor, o jeito, a língua e um "algo mais" instigam a quem recebeu o beijo a prosseguir esse processo continuamente.
E de fato, é um mecanismo que automáticamente faz com que desencadeie outros (sim, é dos quais estou falando) e cada pessoa pode desenvolver uma particularidade: uma mordida na lingua, no lábio superior, aquele ato de "chupar" a lingua do outro, o lamber dos outros lábios, os narizes que se esfregam enquanto rola o beijo, enfim, cada um tem a sua técnica e eu cito aí algumas das minhas. Ok, modestias a parte. rs

Mas é fato que quando voce conhece algum cara, principalmente na balada, o beijo é o fator chave entre tudo o que possa acontecer dali em diante e o que não possa acontecer.

E claro, que um beijo se torna ainda mais gostoso - e tentador a se estender ainda mais - quando as bocas entram em sincronia completa. Daí o resto é apenas consequencia.

Uma saudade, um carinho ou qualquer outra ação, principalmente quando se está com quem se gosta, só é completo com o beijo que sim, é uma das fontes de prazer mais gostosas que se há.
Ele possui uma característica pessoal, por isso muita gente não inclui o beijo em certas atitudes libidinosas consideradas ilicitas, como numa atitude de reservar isso a alguém - ou situação - mais especial.
Quem nunca ficou horas com alguém sem fazer nada, só beijando? E quando o beijo é bom você quer parar? Você esquece de tudo e de todos.

Bora beijar?

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Cidadania, Respeito e Dignidade


Os dois blogs passarão a ostentar a partir desta semana, uma bandeira brasileira onde haverá um link para um editorial do O Globo, justificando a necessidade da aprovação da PL 122 que criminaliza a homofobia.
Uma citação honrável, visto ser a posição oficial do jornal. Um dos maiores do país.
Nem preciso dizer sobre os casos mais recentes, a tentativa de homicídio a um rapaz durante a parada gay do Rio, as agressões da Paulista, o perfil 'Homofobiasim' no twitter, a carta do Mackenzie e o mais recente, o rechaçamento de um casal gay na Ofner nos Jardins para justificar sua necessidade. O mais interessante desses episódios é que não se tratam de acontecimentos em locais periféricos, mas em redutos de bairros nobres e no caso da agressão, realizados por gente que possui estudo, nas melhores escolas da cidade mais cosmopolita do país.
Por sorte a mídia noticiou os casos e na questão da Avenida Paulista, tivemos imagens, de duas das agressões, que atestaram sem sombra de dúvidas as agressões gratuitas, sem razão nenhuma.
Portanto não foi a bandeira LGBT, mas a bandeira nacional mesmo, afinal somos todos cidadãos e não queremos nem mais, nem menos e sim, direitos iguais. Só isso.
Lembro vocês do 30 idéias, convido a quem ainda não conhece entrar, e verificar medidas simples de contribuirmos a causa LGBT, de modo simples, sem ser chato e de maneira eficiente.
O ultimo fato, também é para lembrar que tanto faz você morar no Jardim Ângela ou no Jardim Paulista, o preconceito está em todo lugar.

Abaixo assinado: Não Homofobia, pela PL122.

OBSERVAÇÃO:

*Post que foi ao ar em 30 de Novembro de 2010, quando ocorreram os ataques homofóbicos na região da Paulista e que desde então tornou mais visível a questão homofóbica na mídia, que foi repostado hoje por ocasião da tentativa de votação da PL 122 que foi desaqruivada pela senadora Marta Suplicy, mas que foi adiada hoje por ela perceber que não teria os votos suficentes para aprová-la.

Hoje gente como Silas Malafaia antecipou os protestos contra a PL 122 e o desequilibrado Bolsonaro fez um barraco no Senado Federal comparando a homossexualidade a pedofilia.

É bom quem acha que isso não significa nada, clicar no link e rever as imagens pra refrescar a memória.
Ao lado direito o blog passará a ter uma imagem da briga de hoje onde haverá um link do editorial do Jornal do Brasil explicando o porque temos que parar gente como ele.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sonhos, Mães e sobre aquelas que não existem.


"Sempre haverá alguém em quem confiar"
Sobre esse pensamento meu começo a reflexão de hoje.

Não tenho mãe - é viva mas, existir ou não tem interferência nula na minha vida - e meu pai se comporta como um robô, não expressando emoção ou sentimento. Por anos, eu vivo sem carinho dentro de minha própria casa, dividindo-a como se fizesse o mesmo com um estranho sem nunca saber como é aquela situação de perigo em que você recorre ao colo do pai ou da mãe para se esconder e se proteger.

Nessas situações eu nunca pude me virar pra alguém e saber que ali era meu porto seguro.

Mas nem por isso me fiz de vítima da vida, muito pelo contrário, sempre busquei forças para me superar e assim como quando alguém perde um sentido, tem outro aguçado, nunca tive família mas Deus me presenteou com poucos mas verdadeiros amigos com que pude contar nos momentos mais dramáticos e mais felizes e importantes.

Dias das mães e pais sempre passam pra mim sem notoriedade no calendário mas também sem mágoas. Nunca sofri por isso. Porque não sinto falta, penso que não se sente falta do que nunca se teve. Logo esses, são como o dia de Tiradentes: a única diferença é que nele eu poderei descansar em casa por ocasião do feriado.

Talvez por isso mesmo é que evidencio tanto a minha fé.
Existem dias que realmente mexem comigo e eu me recordo até hoje quando menino, ia na igreja matriz da minha cidade, e ficava ali horas - literalmente - admirando uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, isso lá pelos meus 17 anos, quando eu ainda estava no processo de aceitação de ser gay.

A matriz fica numa colina, eu saia do trabalho e até que desse a hora da escola ficava ali em prece, cuidava do velário... a tarde ia embora e eu ali conversando com ela, que pra mim era a minha "mãe"... Sempre me referi a Ela assim e acredito que se nossa ligação já era forte, esses fatores reforçam ainda mais esse aspecto.
Foi com Ela (não a imagem mas 'ela em si') que chorei, que me escondi, me protegi e com ela que conversei nos dias mais difíceis e nos momentos mais agonizantes.
Acredito que todo esse vazio familiar me foi preenchido integralmente na fé, mas em algumas ocasiões acho que confiei demais nisso deixando de dar outras contra-partidas pra alcançar meus sonhos.
Dia desses tive uma crise, rápida, mas intensa, e por sorte encontrei um amigo qual me disse que por mais que confiamos em Deus, temos que correr atrás de nossos sonhos.
É possível acreditar em Deus, mas temos, óbvio, de fazer a nossa parte.
Fica de alento pra quem que assim como eu não possui uma figura materna mas que sobretudo possui uma outra figura que recebe todo nosso amor.
E óbvio, pra quem possui agradecer a Ele todo dia por possuir uma mãe que honre a missão que escolheu.


*Dia 13 de Maio é o dia de Fátima. Esse é o meu dia das mães.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Perda de Horários, Noite e Grande Presente.

Noite para ser esquecida.
Tudo havia dado errado. Perdera horários, agendas. Estava cansado.
Estava quase a meia noite e eu precisava atravessar a cidade, para chegar em casa. Olhava pro relógio e ao avançar a noite os ponteiros se juntaram como dois amantes e eu ainda estava numa estação deslocada e vazia.
Na mesma rapidez com que os ponteiros fizeram seu laço foram se afastando um do outro de modo que minha ansiedade para chegar em casa era proporcional a essa velocidade.
Certa preguiça me abatera e assim decidi fazer um caminho onde teria que retornar em direção ao Centro mas voltaria bem confortável para casa num dos ônibus noturnos que me deixaria bem na porta.
Bolsa nas costas com material da aula passada e desci na estação desejada, eu e mais uns 15 apenas. Passava da uma da manhã.
Atravessei a rua esperto, afinal, a noite baixava e as pessoas sumiam a medida que a noite avançava e ao atravessar a rua o avistei: Calça jeans, branco, cabelo escuro e curto, mais ou menos da minha altura, olhar desconfiado, passou por mim como se eu não existisse e eu fiz da mesma forma, ao quase dar a volta na rua reparei que olhou de volta. Estava decidido a ir embora afinal era tarde, estava cansado e já não estava disponível mais pra qualquer coisa...
Porém, algo me fez ter vontade de continuar a encará-lo, ele, olhou pra trás algumas vezes mas fez a curva da rua e sumiu de vista.
Parei e pensei, decidi voltar e ver se ele ainda estava olhando, corri um pouco e ele havia parado de andar. Fui andando lentamente até ele, o cumprimentei com um aperto de mão.
Disse como se chamava e começamos a falar trivialidades. Vi então, que estava de partida um ônibus dali a 5 minutos, pedi seu telefone: celular descarregado.
As canetas não pegavam. Nenhuma delas.
Se fosse um programa de humor seria cômico e verdadeiro, mas não era. Ele ria da situação, com um sorriso lindo e eu como um doido, pedindo que brotasse uma caneta que funcionasse.
Surgiu outra: falhava.
Mais risadas.
Após uns 5 minutos - para quem está se apresentando a alguém é uma eternidade - e muito filme queimado, consegui anotar o telefone dele num papel em cima da minha carteira, mas o ônibus, se fora.
Disse então que ia na casa da irmã ali perto, pra pegar as chaves de casa, como o próximo partiria dali a uma hora o acompanhei - intencionalmente, e ele depois revelou que sugeriu isso de propósito mesmo - e fomos conversando muito - muito mesmo - até lá.
Fui apresentado a ela e ficamos ali numa calçada clara da Vila Romana conversando sobre tudo madrugada a dentro.
E eu, cada vez mais sem saber me perdia naquele olhar, nas suas discretas sardas, no seu rosto, como quem vai pra um lugar desconhecido com os olhos fechados, sem ligar em marcar o caminho de volta.
Sorriso ali, sorriso acolá. Começo a me empolgar na conversa e me esqueço do principal: do beijo.
Justo eu, que a horas olhava para aquela boca desejando tê-la. Prová-la.
Ele ali, particamente pedindo a quase uma hora isso e eu deixei o bonde andando, mas quando aconteceu foi histórico, um beijo longo e demorado naquela noite serena de uma madrugada de outono.
Olhamos um pro outro e rimos. Alias, sempre rimos. E nos beijamos. E rimos.
Daí, passei a ter aqueles olhos castanhos, quanta sorte!
E desde esse dia sobram motivos pra rir. Muitos.
Noite para ser lembrada. E como!
Perder um ônibus nunca me rendeu tanta coisa boa na vida.

- E quem diria apenas um hello, mudou nossos dias. E eu?
Me sobram motivos pra agradecer um presente tão fantástico!



*Acabamos elegendo mutuamente Beyoncé como nossa trilha sonora.
Post feito especialmente pra ele.


Imagem 1 de Ola Haström.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Machucados, Mortes e Curas

Quando você se machuca, é provável que sinta muita dor, e que, dependendo da fratura,
demore para cicatrizar. Isso, quando não fica uma cicatriz latente na pele ou um trauma quanto a situação que te provocou tudo isso. O famoso medo da repetição: todos nós somos treinados para evitar a dor, o sofrimento custe o que custar.
É exatamente isso que acontece conosco quando somos feridos no coração: cada pessoa tem uma reação diferente, uma forma particular de enfrentar esse problema.
Tem gente que busca outro logo, para tomar o lugar vazio. Tem gente que se fecha. Ás vezes pelo medo de errar, outras por desistir, ás vezes nem se sabe direito o porquê.
Tem gente que se esconde.
Tem gente que muda por um tempo. E tem gente que "morre". Morre, no sentido psicológico da coisa.
Antes, quando eu via um desses "mortos", pessoas que já foram traídas, ou calejadas pela busca de um sentimento, via nelas um quê de derrotismo, via falta de vontade ou simplesmente via uma situação imposta por si mesmo para evitar sofrer. Uma espécie de blindagem própria, mas, vi que na realidade o que ocorre é muito mais complexo. Quem procura o amor, busca algo que não depende de nós e que portanto está sujeito a toda sorte de desafios e de fatores que sequer conhecemos ou possamos prever, alguns fatores que não estão em nós, estão no outro.
E é por isso que essa "hibernação" que alguns de nós nos impusemos, precisamos encarar como uma fase, como um período que a gente se fecha, como a pele aberta pela ferida necessita para cicatrizar e que assim como a rompidão aberta por muito tempo pode gerar imensas complicações e em alguns casos até a morte, também as nossas precisam desse tempo para cicatrizar.
Dói, porque as circunstâncias que nos causaram tudo isso vem por vezes acompanhadas de um 'trauma' - nomearei assim para facilitar a compreensão - e que em alguns casos, provocam depois deles dessa superação uma transformação, ora positiva, ora negativa.

O importante? Tentar fazer com que cada divisor desses nos mude. Para melhor.

Como dizia uma frase que não se conhece o autor: "Lágrimas tem o poder de amolecer os corações duros, mas também podem endurecer os corações bons."



*Antes que perguntem: comigo está tudo bem. Apenas devido a simultaneidade de ocorrências assim com alguns amigos achei interessante refletir sobre isso.