Idas, Despedidas e Partidas

Como sofri ao te ver partir.
Não sofri por mim: sofri por você.
Lembro do que me disse, que foi aquilo que de fato me machucara bastante, mas de alguma forma eu queria ter absorvido toda a culpa pelo que ocorrera. Queria que fosse apenas minha, a culpa de aquilo que eu ouvi tivesse me transformado tanto. Para pior.
Mas não era, a culpa era sua e, ao te ver sem chão depois de descobrir isso, e de eu ver que você se desesperava, procurei entre as letras de ferro impressas na cadeira de aço daquela lanchonete uma razão ou algo que milagrosamente pudesse salvar nós dois.
Nada havia.
Nada havia porque apesar de tudo, eu gostava de você e você de mim, mas era isso.
Você não me amava, embora achasse. Várias vezes 'achamos' coisas na vida, porém, não mais eu. Hoje sou certezas e quando a tive, continuar contigo me prendia. Como um passarinho que vê o mundo lindo lá fora e não podia voar.
Você não poderia voar comigo, então, bati asas e você ficou.
Duas pessoas só podem ficar juntas se ambas forem felizes. Ambas. É a minha certeza incorruptível.
E pela busca da felicidade eu escolho pagar o preço da solidão: é a vida.
Espero que possa encontrar com quem voar e que fique bem. E eu?
Não se preocupe comigo! Estou acostumado a voar.


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