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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Bolsa de Estatísticas Amorosas

Dizem que a ocasião faz o ladrão.
Isso pode não ser verdade, mas muito do que você vive é absorvido pelo inconsciente e influencia na sua personalidade. É assim que ocorre no processo de amadurecimento, mas esse processo não é inteiramente benéfico.
Explico. Meu histórico de relacionamentos é relativamente tranquilo: nunca tive nenhum namorado psicopata que tentasse me bater, me matar. Nunca tive nenhuma traição que se estendesse por muito tempo, nem outro grande imbróglio duradouro ou marcante.
Recentemente, ajo como se fosse um psicólogo próprio, estudando cada reação minha: de um nervosismo repentino a um eventual acesso de carência momentânea, afim de compreender o porquê de certa emoção.
E minha despreocupação quanto ao futuro amoroso, tem sido algo que cada vez mais se consolida como uma característica minha e está ligado justamente a essa personalidade pragmática, que, sendo eu alguém que acredita muito em Deus, chega a ser uma ambiguidade curiosa.
Dia desses, num papo com amigos, comentei que acredito na felicidade sem que tenhamos de depender de alguém pra tê-la. Minha afirmação gerou muitas opniões, que diziam que o ser humano, depende do outro - essencialmente - para ser feliz.
Essas pessoas confundem a minha posição com a de alguém que não acredita no relacionamento entre duas pessoas. Apenas digo que existe uma possibilidade fora essa.
Esquecem que esse outro é tecnicamente 'aquele com quem nos relacionamos': um amigo, um familiar, por exemplo.
Vemos várias pessoas - como já comentei aqui - que suas decisões são movidas pela carência, excluem critérios, passam por cima de valores próprios: tudo em nome de uma compania afetiva.
Minhas vivências, hoje, ocupam um papel estatístico que querendo ou não, me servem de referência para identificar uma possível 'enfiada de pé-na-jaca' com um cara que seja um B.O nato, ou um 'bom partido' com qualidades.
Isso, através dessa experiência, me agregou uma objetividade - que não é 'sangue-frio' é apenas uma dose maior de realidade - suficiente para num vento forte decidir soltar o balão ou segurá-lo bem firme.

6 comentários:

  1. Já leu Lacan? Acho que vc vai gostar, hehe

    É sempre importante manter um coração vivo, mesmo que calejado, hehe

    Abraços

    P.S.: To lendo esse artigo que cita muito ele e que tem muita coisa a ver com esse post, o link é http://online.unisc.br/seer/index.php/barbaroi/article/viewFile/137/569

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  2. Na dúvida, faça como o Gato! Taca a câmera na parede.

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  3. eu super me identifico com seus textos qd vc fala dessa perda de ingenuidade, de sonhos, mas ainda assim sem perder a esperança. se é q a palavra é esperança.

    a gente cresce e começa a ridicularizar o drama, deixando o cinismo aflorar.

    pretendo descobrir se isso é bom ou ruim. quem sabe aos 70, aos 80?

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  4. este é o processo natural da vida ... queiramos ou não ... a ingenuidade e os sonhos dão lugar a uma razão absoluta ... mas sempre permeada pela esperança ...

    bjux

    ;-)

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  5. Mas é uma das coisas mais comuns: acharem que só existe uma explicação, uma resposta, um isso, um aquilo. Até para o suicídio, como Camus diz, falta imaginação.

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  6. Tambem acredito que é possivel ser feliz sem depender de outra pessoa. Porém ter outra pessoa pra compartilhar o tempo é muito bom.
    Acho que todo mundo a medida que cresce se torna um pouco mais objetivo em relação a vida! Comigo acontece o mesmo, graças a Deus viu! Minha adolescência foi um inferno por causa da falta de objetividade!

    Abraços@!

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