quarta-feira, 30 de junho de 2010
Cristalizando o Amor
Em 1822, publicou "Sobre Amor" que é um livro baseado nas suas experiencias onde ele elabora a teoria da cristalização onde o individuo, tentando trazer a fantasia para a realidade, cobre de perfeições o objeto do desejo.
Vejamos:
Na Austria, lá pelos 1800 ao fazer um passeio em uma mina de sal, descobriu uma tecnica em que os mineiros guardavam galhos secos e sem folhas em locais de trabalho abandonados e depois de muito tempo, esse galhos, entrando em contato com as aguas saturadas de sal, iam se cobrindo de cristais salinos provocando uma aparência tão bela que de tão recobertos de sal, se assemelhavam a diamantes. Quase não se percebia que na realidade, eram galhos.
Com essa analogia, Stendhal comparou esse processo ao do amor-romantico, quando ao amarmos alguém, não enxergamos o que ela é, mas como nos agrada ve-la. Assim a percepção real é contaminada por idealizações onde consequentemente exageramos os pontos qualitativos da nossa paixão e subestimamos suas falhas.
Esse exagero vai se diluindo conforme o conhecemos melhor e exatamente por essa blindagem ideológica que criamos quando descobrimos - o real - nos decepcionamos. Caracteristicamente o amor é o campo da vida onde a idealização se faz mais presente e onde ela é mais profunda, justamente esse sentimento - o amor - é o mais triste quando se desfaz porque é tido como "perfeito demais" para se desmanchar. Mas quem não tem uma história de amor? Uma história de amor que já acabou?
A visão positiva se dá quando, superado esse processo da "cristalização", a satisfação romântica matura para uma união profunda.
Esse processo só pode ser concluído quando se gosta dos "galhos" por serem galhos, independentemente se recobertos ou não. Sucedido pela honestidade com o outro, as coisas podem finalmente andar, pondo-se as cartas na mesa deixando-se claro o que se espera e até onde pode ir para isso. Assim, com expectativas realistas sem "advinhar" o que o outro pensa ou desejar o inverso.
*Henri-Marie Beyle (1783 - 1842)
P.S.: Repostei este texto, porque re-li Sthedal, e busquei compreender o porque de as vezes, nos decepcionarmos tão facilmente com as pessoas.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Idades
Geralmente, está atrelada a conquistas profissionais/financeiras e a relacionamentos.
Esses dias um amigo meu de 26 anos veio me interpelar dizendo que ia 'ficar pra titia'! Só porque concluiu que está solteiro a 1 ano e como não rolou de se estabelecer com ninguém legal nesse tempo, 'logo', vai ficar sozinho for ever.
Depois de uma pérola dessas parei para refletir sobre o assunto.
O 'logo', ficou assim, em itálico, no intuito de ressaltar como hoje tem sido comum pessoas fazerem raciocínios simplistas sem levar nada mais em consideração. É a rápida absorção de informações do mundo de hoje que quer fazer dispensável o raciocínio. A sociedade age assim e somos contaminados com isso.
O gay, em parcela significativa, tem uma vida mais preocupada em si mesmo, na sua aparência, no seu sucesso, e justamente por isso é um prato cheio para o consumo que vê nele seu promissor sustentador.
O universo gay é bombardeado por imagens, idéias de vida que tentam se fazer comum a todos e o homem por instinto natural, tende a leva-las muito a sério. Logo é levado as buscas frenéticas por academia, a melhor grife, enfim, de 'ter' o máximo de status.
Nisso o que mede o quanto você é 'top' passam a ser atitudes como: as baladas que voce frequenta ou o tamanho da sua agenda, logo isso mantém um pavio de pólvora eternamente aceso na cabeça de muita gente: até quando isso vai durar?
Um outro veneno, que inconscientemente ou não ronda nossas cabeças é a comparação: o ato de medir o nosso sucesso ou a nossa felicidade em detrimento da vida dos outros.
Algumas frases que escuto retratam bem isso: 'poxa tão novo já e...', 'ele já é tal cargo e eu?'.
Fazer uma avaliação da sua vida mediante a dos outros é pequeno, pra não dizer medíocre, muitas vezes sinônimo de insegurança, inveja (inveja má) e de como somos seduzidos a 'ser' o outro e não nós mesmos. Sobre isso eu já discuti aqui.
Aí se entra em crise, pensando nos projetos que não vingaram, no corpo que se tem/conquistou - até quando ele vai durar? - no profissional, na carreira que não deslanchou, enfim, a parafernália psicológica vai pouco a pouco tomando conta do seu ser e você começa a ver rugas onde não existe, problemas grandes em pequenos disturbios, abusando de cremes 'renew' indiscriminadamente, vivendo uma nostaligia antecipada e vendo dor em cada dia que chega como se houvesse uma placa escrito: 'morte' bem na sua frente... e enfim, o resto eu não preciso dizer onde vai dar...
Óbvio nenhum de nós vamos ter nossos corpinhos joviais a vida toda, mas muita gente vive numa intensidade tão desmedida - e vazia - que não consegue imaginar uma outra situação como se isso fosse o fim do mundo.
As vezes, o que me parece é que para alguns tudo o que pode ocorrer na vida acontece entre 20 e 30 e poucos e o resto é vegetar.
Muito derrotista isso? Ao menos para mim, é.
Será que é muita pretensão minha, dar uma de psicólogo ou isso é um fato?
Dica? Se conselho fosse bom não se dava, mas...
Viver sim, cada dia MUITO bem vivido e não sofrer por antecipação. Não mesmo!
terça-feira, 22 de junho de 2010
Fidelidade Vs. Lealdade
Fidelidade: s.f. Qualidade de fiel.
Leal: 1. Sincero, franco e honesto. 2. Fiel aos seus compromissos.
*Aurélio. Dicionário da Língua Portuguesa.
Estabelecer o que é primordial num relacionamento é algo complicado. Ninguém gosta de ser traído. Fato. O mundo gay oferece um sério agravante nos relacionamentos por possibilitar o sempre fácil acesso ao sexo esporádico. Com essa combinação resulta o que eu venho escutando muito nesses últimos tempos: "Não acredito em fidelidade, acredito em lealdade."
Se voltarmos a definição de fidelidade, pesa ali: Que não falha, seguro. Pontual, exato. Ok, mas nós somos seres humanos e portanto falhamos. Falhar é normal, mas exige-se o reconhecimento e humildade para obter-se o perdão. E se aproveitar da falha pra se justificar "sempre" descaracteriza a coisa. Ali na explicação ainda encontramos: leal, honrado. Opa! Voltamos a lealdade. Ou seja, uma coisa praticamente implica a outra. E agora?
Que é desagradável contar que traiu é claro. Assim como é horrível no ouvido de quem escuta. Mas o casal deve ter um trato. Ai que entra a cumplicidade.
"Eu não tenho certeza sobre o que faria com uma traição, acredito que cada situação é única e estabelecer regras para isso é um tanto quanto perigoso. As vezes todos nós queremos uma segunda chance, mas quando é para oferecermos uma para alguém somos hipócritas. Fazer isso é ser falso consigo mesmo. Quem ama, sabe até onde ama. Se o amor for maior que a traição, porque não perdoar? Porque dizem por aí que não se pode fazer isso? Quantas coisas deixamos de fazer na vida porque os "outros" dizem que não pode? Só quem deve analizar isso é você, ninguém mais além disso. Cada situação é única.
*Este post incluindo a parte em itálico, minha opnião na época, foi escrito no ano passado. Até então eu não sentia o efeito de uma traição.
Hoje, após ter sido traído no meu último namoro fato este pivô do término, vejo que mesmo após meses, ainda carrego - inconscientemente - marcas do que aconteceu e que isso - finalmente admiti - talvez seja o que me barra um 'aprofundamento' em tentativas de conhecer novas pessoas recentemente.
Perdi grande porcentagem da minha paciência e esse evento não foi de todo mal, até porque canalizei isto na minha carreira e estudos, mas tenho me sentido vazio. E este vazio não se origina de carência, mas da falta de disposição para algo novo.
Hoje, sinto que talvez não possuo mais a mesma opnião sobre esses dois termos.
E vocês?
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Confiança
Será que todos os erros são meus?
Será que tudo o que podia ter feito, fiz?
Nessas horas quando você resolve fazer um amplo questionamento de si mesmo, é como quando se abre um guarda-roupa cheio, quando voce acaba achando coisas que até então nem sabia que existiam - nesse caso em você mesmo - e essa nova perspectiva assusta.
Em tempos de marés turbulentas, já cheguei a questionar tudo na minha vida, na busca de identificar onde ocorrem os problemas. E nessa, entrou tudo em xeque. Absolutamente tudo.
Quando acho bobagem acreditar, brigo, discuto e transformo minha própria cabeça num inferno.
Em economia, aprende-se que um mercado ou economia pode entrar num período de ajuste, após uma longa crise. Se pudesse transplantar a idéia para os planos pessoais, é impossível não fazer tal analogia.
E nessa bagunça toda, quase isso tudo foi por água a baixo. Quase.
Lembrei-me de Drummond. Espero que ele esteja certo.
Carlos Drumond de Andrade
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Notícias da Vida Real
Eu sempre o admirei, por algumas idéias, pela sua coragem e fui seduzido por seus livros.
Para mim é um dos grandes - e únicos - orgulhos dentro deste século da nossa língua portuguesa.
Não concordo em todas as suas convicções, mas isso nunca o fez pra mim alguém menos nobre.
Sem ele o mundo fica um pouco mais chato e perde um pouco de insanidade necessária e beleza.
Afrontou as idéias prontas, o comodismo, o comum e conformismo. Só disso ele em si já se basta.
Adeus!
Li hoje este post do Ludo, sobre a nova súmula normativa 12 da ANS:
"Para fins de aplicação à legislação de saúde suplementar, entende-se por companheiro de beneficiário titular de plano privado de assistência à saúde pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo."
Garanto que muita gente sabia o Dj que vai estar na TW neste fds, mas não sabia disso.
Bem, fico feliz com essa notícia, de alguma forma mesmo que oficiosamente vamos tendo nossos direitos reconhecidos.
Entrei na Wikipedia - ok, não é a melhor fonte de informação - mas vi esta página, sobre o lado direito existe a atualização sobre direitos e reconhecimentos dos gays no mundo. E nessa hora a gente vê o quanto ainda se precisa fazer no mundo e pelo mundo a tantas pessoas que são perseguidas e sofrem apenas por serem quem são. Uma pena.
Ultimamente tenho refletido acerca da imagem que passo. As vezes as pessoas não conseguem diferenciar uma coisa da outra: meu lado caricato, tem influenciado tanto alguns amigos, que percebo que sou uma compania certa para zoar na balada, mas não sirvo para conversar sobre algo sério, ou quando isso acontece minha opnião não é levada a sério.
Uma pena, quem não consegue fazer esta diferenciação básica, não deve servir pra uma série de outras coisas, inclusive para uma amizade.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Deliver Me
as tipificações, as falas recalcadas.
O cargo nobre que promove a soberba.
A busca incessante dos corpos e nada mais.
A mesma que entramos pra se distanciar deles
e para eles retornamos.
As idéias falsas, as pessoas avarentas.
Nomes a mais na agenda, pessoas a menos pra se contar.
Continentes.
Conteúdos.
O cochicho e olhar recriminante de quem é recriminado e não se enxerga.
Me afastem dos imbecis, dos soberbos,
dos falaciosos, dos mentirosos,
dos que se preocupam com a imagem. Só com ela.
Da dor, do medo.
Dos que falam pra se aparecer. Egocêntricos.
Das cabeças-ocas que se acham pensadoras. Ignorantes.
Das roupas caras, do status fútil, do carão desnecessário,
da descrição do engenheiro, sucedido, assado. Infeliz.
Do sentimento de carteira.
Da amizade por interesse.
Não acredito mais e não o sinto mais, esse amor que eu conhecia.
Conhecia.
O amor dos homens tem sido tão concreto quanto pegar a nota de uma canção.
Eu esqueço as pessoas e elas me esquecem
e cada vez mais entro em conflito
com tudo que fui, com tudo que quero ser.
As rosas vermelhas se tornam cada vez mais amarelas.
E menos rosas.
Um penhasco que se aponta, dentro do meu coração
que quer me engolir, me dragar.
Uma paz que só vejo no céu
nas doces nuvens bailando num céu azul
perguntando o porque de tudo ser tão impossível
onde por uma hora o coração pára.
Pára.
Para...
Para não se cobrar mais e saber
que apesar de tudo
de todos esquecerem
Alguém não esquece jamais.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Vingança Involuntária
vin.gan.ça
sf (vingar+ança) 1 Ação ou efeito de vingar ou vingar-se. 2 Desforra, represália, vindita. 3 Castigo, punição. 4 Desejo de se vingar.
Michaelis Lingua Portuguesa
Quando não há desejo de retaliar, continua havendo a vingança mesmo se ela ocorre involuntariamente?
Explico: É sobre aquele que achei que era o cara e não era.
Nos conhecemos a um mês e meio, e nas duas primeiras semanas saíamos e trocavamos mensagens constantemente. As ligações sempre muito rápidas, algo do tipo:
"Oi, sou eu."
"Tudo bem?"
"Tudo, está no trabalho?"
"Estou, olha estou corrido aqui, me liga de noite".
Esse tipo de diálogo corrido, onde ele me tratava no telefone como aos seus fornecedores, se manteve na segunda e terceira semanas, onde mesmo ele aparentando uma 'falta de tempo' para conversar demonstrava interesse através de palavras e 'promessas' de fazermos algo.
Nem preciso dizer o que aconteceram com as promessas: converteram-se em bolos, homéricos e subsequentes.
Na quarta semana após vários 'bolos' que ele me dava e um presentinho que comprei pro seu aniversário que ficou em casa porque no dia ele 'obrou'* pra mim no telefone, não liguei mais.
Daí uma semana após meu silêncio, enquanto já havia até esquecido de sua existência a oferenda is back, me chamando no msn onde simplesmente fui claro e curto referente as coisas que havia me feito, dados 5 minutos da conversa eletrônica, ele liga argumentando por todos os motivos sua ausência e dizendo que ia ser diferente e que íamos retormar nosso "processo de conhecimento'.
Ligações raras e sempre a mesma falta-de-tempo-injustificável** fizeram mais uma vez com que eu o 'abandonasse' mas mantivesse-o desbloqueado no msn mas nao entrasse mais em contato com ele.
Até que na sexta feira passada, havendo ainda certa curiosidade sobre a soberana cara-de-pau do indivíduo e como se eu imaginasse o presságio, chamei ele num tom não-chamo-de-amigo-mas-não-fico-distante:
-Oi moço, tudo bem?
-Tudo
-Poxa tenho que retirar um urso do niver né?
Nessa hora, fui tomado por uma fúria suficiente pra reduzir o final da conversa numa frase e encerrar o msn antes que eu o mandasse a merda.
Pois bem, que sai no dia seguinte com uma compania muito agradável (ok, vocês entenderam) e após dar-lhe um beijo lá na boate, quem eu vejo na mesma pista que nós?
Ele.
Estirou o olhar na minha direção, meio que naquela quando se descobre que não há mais máscaras e enquanto cruzava a pista, tanto proximo, tirou a camisa, meio que num gesto de quem diz: "pensou que me passou pra trás é?".
Fiquei tranquilo, até porque não sinto mais nada por ele, mas foi estranho vê-lo agindo assim e inevitável pensar que então, nas diversas noites aos sábados em que ele dizia que estava em viagem pela empresa do pai, na verdade ele deveria estar lá, como naquele dia: sem camisa, beijando outros caras.
E pasmem, eu não sou vingativo, cago e ando pra quem quer meu mal, mas esta foi uma 'vingança' involuntária.
E pra ser sincero, foi no mínimo interessante vê-lo beijar minutos depois outro cara, numa cena de visível desespero.
No final, me cumprimentou e dei apenas um aperto de mão e segui.
Saiu antes, bem antes. Sem querer me senti vingado por alguém que achava que me manteria no freezer pra usar na hora que quisesse.
Como dizem: Vingança é um prato que se come frio.
*cagou
**Afinal, existe uma diferença muito grande entre real falta de tempo e desculpa-para-manter-alguém-na-geladeira.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Dia?
na.mo.rosm (der regressiva de namorar) 1 Ato de namorar. 2 Galanteio. 3 O namorado ou a namorada.
apaixonar
a.pai.xo.nar
(a1+paixão+ar2) vtd 1 Causar, excitar ou inspirar paixão a: Seu porte varonil e suas maneiras insinuantes apaixonaram-na logo. vtd 2 Arrebatar, entusiasmar, exaltar: Os jogos olímpicos sempre apaixonaram os bons esportistas. vpr 3 Dedicar-se com ardor ou gosto a alguma coisa: Logo me apaixonei pelo estudo de nosso belo idioma. vpr 4 Encher-se de paixão, afeto, malquerença ou zelo a favor ou contra: Quando a gente muito se apaixona arrisca-se a perder a cabeça. O rapaz apaixonara-se por (ou de) uma normalista.
felicidade
fe.li.ci.da.de
sf (lat felicitate) 1 Estado de quem é feliz. 2 Ventura. 3 Bem-estar, contentamento. 4 Bom resultado, bom êxito. F. eterna: bem-aventurança.
Qual mais importante? Do meu ponto de vista sempre o último.
Qualquer um ou alguns deles, desde que você esteja feliz.
Não existe regras para que N+A=P seja válido. Mas também, porque não arriscar?
Qualquer uma dessas palavras, sozinhas - ou não - tem o seu significado. Simples assim.
O que é bom pra nós, pode não ser para o outro e vice versa.
Escolha uma delas ou todas elas ou ainda nenhuma delas.
E se sentir lá no fundo do peito que é a sua oportunidade, arrisque-se!
"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade".
Se você está feliz é o que basta.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
O Beijo
Atire a primeira pedra quem nunca dispensou alguém por um beijo. E quem nunca se apaixonou por alguém por causa de um.
Roubado ou não, um bom beijo é sempre marcante.
Explico: O beijo, queiramos ou não é a grande porta de entrada para o outro e a nossa carta de apresentação, nossa vitrine quando conhecemos alguém com segundas intenções.
Surgiu na Suméria (região da antiga Mesopotâmia, hoje Ásia), as pessoas costumavam enviar beijos para os céus, endereçados aos deuses. Na Antigüidade, o beijo materno, de mãe para filho, era bem comum. Entre gregos e romanos, era observado entre todos os membros de uma família e entre amigos bastante íntimos ou entre guerreiros no retorno de um combate, muitas vezes, com conotação erótica. Os gregos, aliás, adoravam beijar. No entanto foram os romanos que o difundiram. Para explanar sobre o beijo, o latim tem três palavras distintas: osculum, beijo na face; basium, beijo na boca; e saevium, beijo leve e com ternura. Beijo na boca, entre cidadãos da mesma classe social, era uma saudação praticada pelos persas. Heródoto, no século 5 a.C., listou todos os tipos de beijos e seus significados entre persas e árabes.
Larrousse
Obvio, são vários os fatores que caracterizam um bom beijo.
O sabor, o jeito, a língua e um "algo mais" instigam a quem recebeu o beijo a prosseguir esse processo continuamente.
E de fato, é um mecanismo que automáticamente faz com que desencadeie outros (sim, é dos quais estou falando) e cada pessoa pode desenvolver uma particularidade: uma mordida na lingua, no lábio superior, aquele ato de "chupar" a lingua do outro, o lamber dos outros lábios, os narizes que se esfregam enquanto rola o beijo, enfim, cada um tem a sua técnica e eu cito aí algumas das minhas. Ok, modestias a parte. rs
Mas é fato que quando voce conhece algum cara, principalmente na balada, o beijo é o fator chave entre tudo o que possa acontecer dali em diante e o que não possa acontecer.
E claro, que um beijo se torna ainda mais gostoso - e tentador a se estender ainda mais - quando as bocas entram em sincronia completa. Daí o resto é apenas consequencia.
Uma saudade, um carinho ou qualquer outra ação, principalmente quando se está com quem se gosta, só é completo com o beijo que sim, é uma das fontes de prazer mais gostosas que se há. Quem nunca ficou horas com alguém sem fazer nada, só beijando? E quando o beijo é bom você quer parar? Você esquece de tudo e de todos.
Bora beijar?
terça-feira, 8 de junho de 2010
Seus filhos, Nossos filhos
O tema de ontem foi a prostituição infantil e fiquei completamente absorto em meus pensamentos de como uma família - pai e mãe - podem ter a miséria de entregar seus filhos para a venda de seu corpo.
O mais irônico disso é uma sociedade como a brasileira, achar uma abominação a adoção de crianças por casais gays, mas não considera abominante crianças serem abusadas pelos pais dentro da própria casa ou serem entregues a prostituição como acontece em milhares de lares brasileiros, especialmente no norte e nordeste.
Em vários países esta atitude é um crime hediondo e inafiançável. A reportagem mostra inclusive que policiais também fazem uso das meninas como garotas de programa em alguns dos estados mostrados.
E apesar de parecer absurdo, este tipo de violência está muito mais presente em nossas famílias do que pode parecer.
Esta situação lamentável é resultado de famílias em frangalhos, sem valores e ética, porque sei que é dificil viver com uma renda pequena, mas hoje num país que possui recursos assistenciais e tão capilares e assessíveis como o bolsa-família que ajuda tantas famílias carentes principalmente nesta região do país, agir assim transforma esses pais em monstros e destroem o futuro da nossa sociedade que são as nossas crianças.
Estes são filhos deles, mas nossos filhos. Filhos do nosso país. Quem pensa no próprio umbigo, esquece que não adianta se cercar de muros em condomínios e esquecer da sociedade que nos cerca, cabe a nós denunciarmos ao poder público este tipo de atrocidade. Sem fazer a nossa parte e apenas por dizer que "é o Brasil" nunca avançaremos.
Denúncias podem ser feitas através do telefone 100. (Ministério Público)
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Parada, Festas e Nós com isso.
Me recordo das boates cheias de corpos devidamente esculpidos, de baladas como a TW, a Blue, a Bubu ou a Flexx fervendo até o último com os "visitantes" invadindo a cena da cidade.
- Quem sabe não pego um gringo? disse um colega no telefone ontem.
Nessa, eu me recordo de um post do Leandro sobre a frivolidade do pessoal e a busca incessante pelo prazer, pelo "novo", uma manada de caras que passaram os ultimos meses dando tudo de si na academia pra se exibir agora na parada.
Seria de uma hipocrisia ímpar da minha parte dizer que não gosto de nada disso. Até porque de uma forma ou de outra eu faço parte e frequento - a volte - esses lugares. Inclusive nos anos anteriores, fiz e desfiz, beijei um número de caras que nem me recordo da quantidade em diversos lugares... mas... e aí?
Beleza, que é uma boa oportunidade para encontrar pessoas, mas me sinto um tanto quanto deslocado desta vez. Não estou dizendo que o lance é ser um santo, até porque além de não ser, eu não recomendo isto a ninguém. Talvez, o grande valor da vida, é saber aproveitar de tudo um pouco sem deixar de perder a essencia do que somos.
Vejo atualmente uma espécie de tendência dos gays urbanos a uma apegação às chamadas celebrevidades-sem-cérebro mas que causam e são levadas a sério pela mídia.
Voce conversa com uma das alcatras que desfilam na boate, fazendo carão e os caras não sabem uma unha de economia, detestam política (ah não me diga?), nunca ouviram falar de um livro que voce citou (alias leitura pra que não é?), diz que odeia teatro porque é "chato" e não "tem paciência" de apreciar, tudo de cultura musical que conhecem se resume a farmácia loira do pop: Madge/Xtina/Brit/Gaga e etc, fazem uma cara de repolho-sem-sal quando voce comenta de MPB e mesmo de D&G dos pés a cabeça, falam como o português de um estudante de ensino médio de escola pública que mal sabe arregimentar as idéias. Não é errado não levar de vez em quando as coisas a sério, o problema é quando somente se faz isso. Quando se caminha nesse sentido, chega-se no poço da arrogância e ignorância.
E nem me é cômodo apenas afirmar isso, o problema é quando você passa a perceber que nos lugares que frequenta, achar alguém com quem se possa perder 10 minutos de conversa é tão dificil quanto achar uma agulha num palheiro.
Por isso eu devo me dedicar mais a rever alguns amigos de longe que visitam a nossa Sampa - que é o grande legal disso tudo - do que se matar pra entrar nas festas hipe que estão rolando, - que inclusive a 15 dias já tem gente me pedindo pra ir - ou fazer o que muita gente faz de se jogar nas saunas que ficam insuportávelmente lotadas durante esta semana como banco em dia de pagamento.
Quem quiser só me clicar off no msn e a gente se tromba ai, dentro das possibilidades!
*Sim, este post tem muita coisa parecida com o do L. porque eu realmente adorei como ele resumiu tudo isso.
**Parabéns a tutti i oriundi, hoje é nosso dia!