quarta-feira, 1 de junho de 2011
Mulheres Feias, Passivos, Preconceitos e Pseudohomofobia
Sabe aquela mulher feia, que só de você dar risada de longe já acha que está falando dela sem estar?
Pois é, muita gente age assim quando se fala em homofobia. Quer exemplos? Esse caso do Marcos Mion e da suposta ONG que teria processado ele pela suposta conduta homofóbica sendo que na verdade não se sabe nem se o processo existe.
Pode ter sido de mal gosto a brincadeira, mas de fato achei que foi pouca coisa pra gerar um processo, afinal a gente ouve coisa bem pior por ai que não tem o mesmo respaldo. Lembro-me da piada feita pelo Rafinha Bastos onde ele fazia alusão a uma hipótese em que o estupro era um favor .
Uma coisa que não se pode confundir sob nenhuma hipótese é o respeito que deve-se ter pelas transexuais e transgêneros, que por vezes, rodeadas a vida inteira por preconceito, difamação e calúnia, em alguns casos desenvolvem esse comportamento 'mulher-feia' inconscientemente.
Quantas vezes você, sendo gay, já não criticou um párea mais afeminado? Vezes por gosto mesmo - a questão da atração sexual - ou por ridicularização?
Qual a linha define a discriminalização do humor sarcástico sadio?
Pode-se não se sentir atraído por um cara afeminado - que preconceituosamente, julgamos por 'passivo', como se o jeito de usar as mãos definisse quem 'come' e 'quem é comido' - mas isso não lhe dá o direito de menosprezá-lo, assim como o afeminado não pode acusar uma afirmação se ela é baseada no gosto pura e simplesmente, aí ele se faz de vítima sem nenhuma necessidade.
Esse meio termo, que é extremamente difícil de atingir, várias vezes gera motivos de discussão e de fato, muitos de nós reproduzimos algum comportamento preconceituoso.
Quantos de nós não menosprezamos um outro gay na balada pela aparência? Pela roupa? Pelo corpo? Pela classe social? E o que isso é?
Preconceito? Preconceito.
Uma amostra infame temos em São Paulo: aqui, se faz um diferenciamento excessivo entre os gays quanto ao bairro que se mora. Toma-se essa generalização barata pra simplificar as pessoas, homogeneizando todo mundo como se não houvessem condomínios de luxo em Barueri e Santo André, e como se Morumbi e Bela Vista não possuíssem favelas e cortiços.
São pontualidades que deveriamos observar muito bem quando ouvimos algo ou quando reproduzimos nossas idéias.
Afinal, já diziam os sábios antigos que 'nascemos com uma boca e dois ouvidos', suposta indicação do Criador que nos tornamos mais sábios ao observar e ouvir mais do que falamos.
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1 boca, 2 ouvidos e 2 olhos! Pra poder "ouvir" reflexões tão ponderadas quanto esta.
ResponderExcluir(E nessa lógica divina, se ser passivo fosse pior que ser ativo nós teríamos 2 pintos! Tá empatado, pô!)
parabéns pela reflexão, mas a palavra é Efeminado, Afeminado significa não-feminino, então diz exatamente o contrário.
ResponderExcluirPessoal, a título de dúvida segue:
ResponderExcluirafeminado
a.fe.mi.na.do
adj (part de afeminar) O mesmo que efeminado.
Fonte: Dicionário Michaelis.
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=afeminado
É que o leninzito é purista demais... rsss Mas, pelo que eu fui ver, o prefixo a- (assim como o ad-) quando é prefixo de origem latina também pode significar "aproximação" ou "direção". Ex.: abeirar seria estar próximo da beirada. Portanto, afeminado seria em direção ao feminino, estar próximo do feminino. Para mim, o prefixo a- nesse sentido tem mais lógica do que o e-. Rss enfim... só para irritar o raposa...
ResponderExcluirSabe por que há todas essas coisas no mundo gay? Porque gay é ser humano e tem os mesmos vícios e problemas que todos os outros mortais possuem. A gente parte da ilusão de que o gay não pode ter o menor preconceito, mas isso já é um preconceito, pois considera o gay "à prova" destas coisas de simples mortais. Ter preconceito é humano, o problema é se basear apenas neles.
ResponderExcluirUm abração!
perfeito.. mais reflexões excelentes e objetivas que vão de encontro ao que escrevi lá nas cronicas.
ResponderExcluirAcredito que hoje somos uma fração muito engessada de preconceitos que não compreendemos e que chocam quando descobrimos sua real natureza perversa. Auto-preconceito de se sair na defensiva, de negar seu eu, de muita coisa que transforma uma naturalidade de existir em tormento. Pensamentos libertários hoje!
o CIELLO resumiu o que eu iria comentar.
ResponderExcluirVivemos em uma sociedade cheia de pré-conceitos, de pessoas que vivem de aparência e que se julgam o tempo todo. Os gays são parte dessa sociedade e não se diferenciam dos demais.
ResponderExcluirPerfeito seu texto.
Abraços honey.
Acho que criticar alguém por ser afeminado é um tiro no pé que o meio gay não para de dar... Acho a crítica pobre, medíocre, mesquinha e até arriscaria dizer cafona...
ResponderExcluirExcelente, Sam, excelente!
ResponderExcluirDiscutiu de maneira muito sensata a questão.
Dentro do curso de comunicação sempre pesquisei a questão do gênero (primeiro por um viés do feminino, depois do gay). Nunca entendi o preconceito de modo geral, mas me causa ainda mais curiosidade o preconceito do gay contra o próprio gay (como vc diz, contra o efeminado ou o mais pobre). É como achar que o passivo é "mais gay" que o ativo pq dá (existe gradação de homossexualidade?).
Enfim, sempre gratificante ler o que você tem a dizer. Quem dera fossem todas as pessoas inteligentes e ponderadas como você, rapaz.
Abraço, ótimo fds!
Sam...apesar do senhor não ter me aceitado no Face (rsrsrsrsrs). Besteira. Senti-me no dever de elogiar este post fantástico que você escreveu. Cara, disse TUDO. Muito bom mesmo. Parabens.
ResponderExcluirRessalva: a questão dos bairros não é exclusiva do mundo gay. Moema foi durante anos um bairro disputado pelso héteros e até hoje é sinal de status. Minha irmã sempre comentava de um co-worker que não tinha garagem no prédio e pagava um absurdo, mas não se mudava porque pegava bem falar que estava em Moema.
ResponderExcluirA piada do Mion foi infeliz por não ter graça, mas não achei preconceituosa. Agora, os comentários do Rafinha Bastos são vergonhosos. Taí um que precisava calar a boca o qto antes!
Mwah!
Leandro (sim, eu voltei - para sua infelicidade!)
Na verdade todos tem algum tipo de preconceito. No meu caso refere-se ao modo como o gay se comporta. Por causa de alguns, todos são julgados como afeminados e promíscuos.
ResponderExcluirAbraço, SAM!
O mundo é hipócrita... Joga o preconceiro pra baixo do tapete e finge que nada acontece...aí qdo o preconceito volta pra ele, faz cara de omjustiçado como se nunca tivesse julgado ninguém...
ResponderExcluirGostei do Blog
Abraços
Alexandre
http://soupretomassoulimpinho.blogspot.com/