Tóquio é naturalmente propensa aos terremotos como toda a Honsu.
Aliás o terremoto está para a história do Japão, quase como o carnaval está para a nossa.
Quando houveram os grandes terremotos de início de século, num Japão já mais urbanizado, onde se devastava tudo e morria-se aos milhares, começaram a ser discutidas medidas de como se viver ali, com toda aquela sandia terrestre. Após anos de pesquisas, estudos e adaptações, as construções japonesas hoje, são as mais seguras do mundo, graças a tecnologia desenvolvida para resisti-las aos tremores constantes do arquipélago.
Mas óbvio, que tudo isso hoje, custou longo trabalho e assim sendo: o quanto as mudanças podem te derrubar?
Assim como o Japão e outras localidades do mundo, que vivem sob os efeitos sismatológicos e estão sempre sob reconstrução, alguns de nós ganhamos essa capacidade regenerativa... Mas as vezes, mesmo quando você já está acostumado a ver sua casa trincada de abalos, e sempre ter aquela massa corrida pra retocar a parede afetada, ainda sim em algum momento tudo isso soa demais pra você.
Como um reconstrutor e superador nato, estou acostumado a reerguer minhas cidades particulares destruídas por grandes tremores, onde as vezes mal sobra locais para dormir, mas às vezes, conseguido recuperar todo o ambiente em pouco tempo, dá certa tristeza testemunhar mais um abalo. De novo.
Mas a perspectiva podia ser ainda pior: haveria como ser uma devastação ainda maior e ceder todas as minhas construções, aí nesse caso, literalmente começar-se do zero.
Mudanças ocorrerão em toda nossa vida, frenquentemente, mas continuarão a ser fontes de dúvidas na mesma proporção em que ocorrem.
O jeito? Tentar com o tempo se tornar como as construções japonesas: indiferentes aos tremores.
"Não importa onde você parou, importa é acreditar em você de novo"
*Compilação de 'Recomeçar' de Drummond
*Compilação de 'Recomeçar' de Drummond